Saída do interior ela esconde as dúvidas e medos cotidianos.
Encanta-se com o simples farfalhar das folhas caídas no chão.
Percebe-se na capital, estranha os modos metropolitanos.
Aventura-se pelo centro urbano sempre que pode, porém sua maior aventura, deu-se conta, foi andar de bicicleta na cidade grande.
Estar inserida no transito, se assustar com o vento do ônibus que passa no lado contrário.
O asfalto nem de perto lembra os buracos da rua de trás, perdidos na infância arteira.
O toque do vento primaveril no rosto, a sensação de liberdade provisória.
O início, destino e fim.
O reaprender a pedalar sobre duas rodas, concentrar-se no que esta a volta quando o entorno não diz muito.
O mar azul, o verde da natureza sempre constante, a companhia dos pássaros deram lugar ao cinza, gente saindo de cantos inesperados como formigas, faróis, buzinas.
Cenários distintos, sensações diferentes.
Vê a si mesma sorrindo, para ninguém, para o mundo, para si.
Descobriu que seus medos cotidianos são tão pequenos diante dessa cidade grande.
Que dúvidas estão cercadas de certezas verdadeiras.
Permitiu-se caminhar para adequar o ritmo da respiração, olhou em volta.
Todo encantou ficou para trás junto com a bicicleta que precisou ser devolvida.
Seus 15 minutos foram atingidos.